No caso do mensalão do PT, pelo menos cinco réus da ação penal que investiga o caso, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), vão concorrer. Somado, o patrimônio de quatro deles é de 4,6 milhões de reais. No caso do mensalão do DEM, apurado em inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o patrimônio de 10 candidatos (aqueles cujas informações já se tornaram públicas) soma 11,2 milhões de reais. Os dados são da Justiça Eleitoral.
PT – Entre os réus do mensalão do PT que entraram na disputa eleitoral, o mais rico é candidato à reeleição na Câmara: o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Seus bens somam 2,5 milhões de reais, entre eles 1,2 milhão em fundos e outros 478 mil em ações. O deputado petista Paulo Rocha (PA), que disputa uma vaga no Senado, tem bens que valem 233 mil reais, sendo 36 mil provenientes da troca de um veículo por um trator. O Ministério Público pediu a rejeição da candidatura.
O deputado do PT e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP) declarou à Justiça Eleitoral ter 376 mil reais, sendo 20 mil em dinheiro. Ele tenta a reeleição Já Pedro Henry (PP-MT), deputado federal licenciado, tem 1,4 milhão em bens, entre eles uma aeronave que vale 55 mil. A candidatura à reeleição foi impugnada e a decisão caberá à Justiça Eleitoral. Os dados do deputado José Genoino (PT-SP), que também pleiteia mais um mandato na Câmara, ainda não foram disponibilizados pela Justiça Eleitoral.
DEM – Em Brasília, 10 políticos citados no inquérito que investiga o mensalão do DEM, em trâmite no Superior Tribunal de Justiça (STJ) serão candidatos. O inquérito apura o esquema de corrupção envolvendo parlamentares e ex-integrantes do governo do DF. O que declarou à Justiça Eleitoral ter mais bens é Izalci Lucas (PR), ex-secretário de Ciência e Tecnologia no governo Arruda, candidato a deputado federal. Ele tem 6,3 milhões. A assessoria de imprensa dele entrou em contato com VEJA.com. O candidato nega ter envolvimento com o esquema.
Geraldo Naves (DEM), que tenta uma vaga na Câmara Legislativa do DF, declarou não possuir bens. O ex-deputado distrital Brunelli, que ficou conhecido ao ter sido filmado rezando após receber dinheiro que viria do esquema, não teve o patrimônio divulgado ainda pela Justiça Eleitoral. A candidatura foi impugnada pelo MP e caberá ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF a decisão.
O inquérito que corre no STJ cita depoimentos de Durval Barbosa à Polícia Federal. Ele foi secretário de Relações Institucionais do governo Arruda e produziu vídeos que mostravam alguns citados por ele recebendo dinheiro.
Os réus do mensalão do PT que são candidatos:
Valdemar Costa Neto (PR-SP) – deputado federal e candidato à reeleição. Patrimônio: 2,5 milhões de reais
Paulo Rocha (PT-PA) – deputado federal, disputa uma vaga no Senado. Patrimônio: 233 mil reais
João Paulo Cunha (PT-SP) – deputado federal e ex-presidente da Câmara. Tenta a reeleição. Patrimônio: 376 mil reais.
Pedro Henry (PP-MT) – deputado federal licenciado, tenta a reeleição. Patrimônio: 1,4 milhão
José Genoino (PT-SP) – deputado federal, tenta a reeleição. Os bens ainda não foram disponibilizados pela Justiça Eleitoral
Os citados no inquérito do mensalão do DEM que são candidatos:
Brunelli (PSC) – ex-deputado distrital, renunciou para fugir da cassação. É candidato ao mesmo cargo. Os bens ainda não foram divulgados
Benício Tavares (PMDB) – deputado distrital candidato à reeleição. Patrimônio: 657,8 mil reais
Pedro Marcos Dias, o Pedro do Ovo (PRP) – era suplente de deputado distrital e é candidato ao mesmo cargo. Patrimônio: 32,9 mil reais
Aylton Gomes (PR) – deputado distrital e candidato à reeleição. Patrimônio: 172,9 mil reais
Geraldo Naves (DEM) – era suplente de deputado distrital, agora é candidato a distrital. Nenhum bem declarado
José Luiz Valente (PMDB) – ex-secretário de Educação no governo Arruda, candidato a deputado distrital. Patrimônio: 288,2 mil reais
Roberto Giffoni (DEM) – ex-secretário da Ordem Pública no governo Arruda, candidato a deputado federal. Patrimônio: 496 mil reais
Augusto Carvalho (PPS) – deputado federal e ex-secretário de saúde no governo Arruda, candidato a deputado federal. Patrimônio: 244,8 mil reais
Benedito Domingos (PP) – deputado distrital e candidato à reeleição. Patrimônio: 3 milhões de reais
Izalci Lucas (PR) – ex-secretário de Ciência e Tecnologia no governo Arruda, candidato a deputado federal. Patrimônio: 6,3 milhões de reais
CORREÇÃO: Bispo Rodovalho (PP) e Alberto Fraga (DEM) foram excluídos deste texto. Apesar de o ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, Durval Barbosa citá-los, diz, de acordo com o inquérito, não saber “informar o posicionamento e participação” de ambos.
A reportagem esclarece, ainda, que somente aqueles que respondem a uma ação penal em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o mensalão do PT são chamados de réus no texto. Para os demais, é usado o termo “citado” porque eles foram mencionados, como possíveis envolvidos, em depoimentos de Durval Barbosa que constam do inquérito em trâmite no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar o mensalão do DEM.
Em relação a esta última investigação, o Ministério Público ainda não apresentou denúncia ao STJ. Portanto, não se trata de uma ação penal em que há réus, formalmente acusados pelo MP, e, sim, de um inquérito que ainda será concluído.